- A fundação do clube:
- Na virada do século XIX, o remo era o esporte soberano no Rio de Janeiro, a capital da república. No dia 21 de agosto de 1898, um grupo de 62 rapazes, na sua maioria, imigrantes portugueses, reunido numa sala da Sociedade Dramática Filhos de Talma, no bairro da Saúde, decidiu fundar uma associação dedicada à prática do remo. A ata de fundação começa com as seguintes palavras históricas:
"Aos 21 dias do mês de agosto de 1898, às 2:30 horas da tarde, reunidos na sala do prédio da Rua da Saúde número 293 os senhores constantes do livro de presenças, assumiu a presidência o Sr. Gaspar de Castro e depois de convidar para ocuparem as cadeiras de secretários os senhores Virgílio Carvalho do Amaral como primeiro e Henrique Ferreira como segundo, declarou que a presente reunião tinha o fito de fundar-se nesta Capital da República dos Estados Unidos do Brasil, uma associação com o título de Club de Regatas Vasco da Gama (...)"
A ata de fundação prossegue relatando o procedimento adotado para eleger a primeira diretoria do clube.
Terminada a apuração, foi eleito para presidente o comerciante Francisco Gonçalves do Couto Junior, com 41 votos. A sessão terminou às 3:45 da tarde.
Dois meses mais tarde, em 24 de outubro, foi enviado o pedido de filiação à União Fluminense de Regatas.
- O simbolismo da CRUZ DE MALTA :
A guisa de curiosidade, vale mencionar o duplo erro de interpretação que foi cometido na adoção da Cruz de Malta como símbolo do Vasco: o primeiro, heráldico; o segundo, histórico. Segundo os manuais de heráldica, a cruz escolhida para o emblema do Vasco é na realidade chamada de Cruz Patée, ou Pátea, segundo algumas traduções. A Cruz de Malta possui um formato diferente, no qual cada um dos quatro braços da cruz é bifurcado. Mas o fato é que o Estatuto do Clube sempre utilizou esta designação para o símbolo que representa o Vasco. Por outro lado, nem uma nem outra cruz nada tem a ver com Portugal e sua história, e muito menos com o navegador Vasco da Gama. A cruz que as suas naus portavam, assim como todas as caravelas portuguesas, era na realidade a Cruz de Cristo, instituída pelo Rei D. Diniz no século XIV, e que era outorgada aos navegadores lusos em reconhecimento aos seus feitos no além-mar.
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